O evento costuma ser na rua mas a previsão de chuva e de frio intenso alterou os planos da organização. Nada que desmotivasse as dezenas de cantadores que quiseram mostrar que a tradição de Cantar os Reis na noite de 5 de janeiro é para manter.
Com organização da Câmara Municipal, o evento, que conta já com 12 edições no currículo, teve lugar na última sexta-feira, no Auditório Municipal de Baião e contou com a participação de 11 grupos vindos de várias freguesias do concelho.
Os Alegrinhos do Ingilde, Casa do Povo de Campelo, Concertinas do Lameirão, Grupo de Bombos de Santiago de Queimada, Ass. Desportiva de Ancede, Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere, Banda Marcial de Ancede e os Ranchos de Valadares, Gestaçô, Santa Cruz do Douro e Baião foram os protagonistas de uma noite animada que só terminou noite dentro, depois de muitos deles irem saudar as populações das suas freguesias diretamente a casa.
Desde pequenos a graúdos ninguém quis ficar de fora. Os cantadores muniram-se dos instrumentos musicais adequados, como o reco-reco, os ferrinhos, o bombo, o acordeão ou a viola, e do traje a preceito, e cantaram as mais belas quadras de reis com votos e desejos de bom ano. O público aplaudiu e cantarolou com entusiasmo.
As músicas cantadas foram do conhecimento de todos, simples quadras populares que louvam Jesus, Maria, José e o público que assistiu. E, tal e qual como manda a tradição, no final comeram e beberam como forma de agradecimento.
A Noite de Reis é uma celebração católica que está associada à tradição natalícia e que diz que três reis magos do Oriente, visitaram o Menino Jesus na noite de 5 para 6 de janeiro, depois de serem guiados por uma estrela. Os três reis magos, que se chamavam Belchior, Baltazar e Gaspar, levaram de presente ao Menino Jesus, ouro, incenso e mirra. A tradição manda que neste dia a família se volte a reunir para celebrar o fim dos festejos de Natal.
Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, esteve presente no evento e, imbuído do espirito, também cantou as quadras trazidas pelas coletividades, agradecendo aos grupos e ao público presente “o facto de não deixarem morrer a tradição”.
“Há muito que nas cidades já não se ouve o cantar dos Reis, de porta em porta, com pequenos e grandes cantadores a rasgar o frio com imensa alegria. Em Baião, felizmente, ainda nesta noite se veem muitos grupos de vizinhos reunidos para Cantar os Reis de porta em porta, acompanhados por instrumentos populares. São estes encontros que fazem de Baião um lugar ainda mais especial”, dá conta Paulo Pereira.