Sessão Solene encerra as comemorações do 25 de Abril em Baião

“A 25 de Abril de 1974 dava-se uma mudança radical na vida política do País. Uma revolução pacífica. A revolução dos cravos: assim ficou na memória do Povo Português e de outros Povos”. As palavras são de José Luís Carneiro, Presidente da Assembleia Municipal de Baião, que presidiu à sessão solene, pela primeira vez.

Para José Luís Carneiro “o poder local democrático fez, nos últimos 44 anos, um percurso notável de desenvolvimento. É comum recordar-se a frase de mobilização dos três «D´s» de Mário Soares: descolonizar, democratizar e desenvolver. A ele e outros democratas se devem muitas das conquistas que cada um desses conceitos comporta”.

Na sua intervenção o autarca referiu também o conjunto das políticas e das práticas democráticas existente no concelho de Baião, que visam promover o desenvolvimento das pessoas, do território e dos seus recursos.

O Presidente da Assembleia Municipal terminou lembrando que “em todos os momentos e em todas as circunstâncias há dois elementos que têm que estar sempre no centro das opções políticas: as pessoas e os valores. Os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade”, salientou.

O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, iniciou a sua intervenção dizendo que acredita “que a Revolução dos Cravos vale pelo simbolismo que detém, pela sua capacidade de mobilização dos políticos e dos cidadãos em geral, num combate por uma sociedade mais justa”.

Se em 1974 o País olhou para os soldados de Abril como os garantes da paz e da democracia, Paulo Pereira, – e em virtude do que aconteceu no verão passado – olhou para os Bombeiros portugueses como os novos heróis, exemplos maiores da determinação e do altruísmo num espírito de comunidade por um povo e por um País. Tendo dado como exemplo as duas corporações de Bombeiros do concelho: Bombeiros Voluntários de Baião e de Santa Marinha do Zêzere.

Na sequência da sua intervenção o autarca lembrou as assimetrias existentes no País referindo que “todos juntos temos de ser atores na mudança de um paradigma que concentra o investimento nacional e os fundos comunitários nas áreas urbanas e industriais, esquecendo a força das áreas agrícolas, o potencial económico dos territórios de altitude e dos saberes ancestrais de um terço da população portuguesa”. Para o autarca baionense dois terços do território nacional está subaproveitado “é necessário fazer chegar o financiamento [estatal e comunitário] a estes territórios, apoiar os seus projetos estruturantes, as suas instituições, as suas empresas e as suas gentes”, destacou.

O edil baionense salientou, ainda, a forma como encara o futuro. Garantiu trabalhar “com confiança, grande resiliência, empenhamento, motivação e alegria, para que Baião e os baionenses tenham o melhor e possam ir sempre mais longe”.

INTERVENÇÕES DOS PORTA-VOZES

Também os porta-vozes das bancadas do Partido Social Democrata e do Partido Socialista usaram da palavra na cerimónia dedicada ao 25 de Abril. Ana Raquel Azevedo, pelo PSD relembrou que a Revolução dos Cravos abriu uma nova janela de esperança, de prosperidade económica e social, sem esquecer a liberdade de escolha democrática.

Ana Raquel Azevedo recordou e homenageou os fundadores do PSD que ajudaram a construir uma sociedade mais livre, mais justa e igualitária.

Já Pedro Teixeira de Sousa, pelo PS, referiu que “o 25 de Abril é uma das datas mais importantes da história recente de Portugal. Para o porta-voz do PS “Baião é um concelho em que o 25 de Abril teve um impacto positivo, nomeadamente no acesso à educação, à cultura, na melhoria das vias de comunicação e dos equipamentos à disposição da população”.

Para o socialista a luta pela liberdade impõe que os órgãos do Município de Baião e as juntas de freguesia transmitam para as novas gerações o conhecimento acerca dos acontecimentos históricos fundamentais da vida de um país e de um concelho.

A finalizar o seu discurso Pedro Teixeira de Sousa assinalou a “missão de enorme dignidade e importância desempenhada pelos eleitos locais de forma altruísta e desinteressada”.

Depois de terminada a sessão solene, o presidente da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara Municipal de Baião, o Coronel, Paulo Lourenço, do Instituto de Defesa Nacional e restantes convidados inauguraram uma exposição designada por “Baião pela Paz”, que retrata um olhar sobre a guerra colonial protagonizado por alunos do Agrupamento de Escolas de Eiriz. Esta exposição está patente nos Paços do Concelho até ao dia 6 de maio, seguindo depois para os agrupamentos de Escolas do Concelho.