Mais de uma centena de estudantes baionenses concentraram-se em frente à autarquia na última sexta feira de manhã, 15 de março, e fizeram ouvir a sua voz em protesto contra as alterações climáticas. Paulo Pereira foi ao encontro dos jovens e convidou-os a subir até ao Salão Nobre dos Paços do Concelho onde os ouviu em detalhe e com eles partilhou algumas das medidas da autarquia no que concerne ao ambiente.
Nesse dia, mais de 1,4 milhões de jovens participaram na greve contra as alterações climáticas em todo o mundo. A manifestação dos jovens chegou a mais de duas mil cidades de 128 países, incluindo a Austrália, a Índia, o Reino Unido e os Estados Unidos, além de Portugal. Baião não foi exceção.
Munidos de cartazes, faixas, panos e palavras de ordem, e sempre de forma pacífica, os jovens pediram ao autarca baionense “que faça da resolução climática a sua prioridade” e que “diligencie junto do Governo central para que este cumpra com seriedade o Acordo de Paris e as metas ambientais estabelecidas pela União Europeia”.
O manifesto escrito pelos jovens apresenta 4 propostas concretas relacionadas com a política ambiental do concelho que espelham as suas preocupações ecológicas e climáticas.
Na profícua conversa estabelecida, assuntos como a recolha do lixo, a reciclagem, o uso dos ecopontos, o uso de pesticidas, a utilização exagerada de embalagens no comércio, a utilização de veículos elétricos, a iluminação pública ou a eficiência energética, entre outros, foram tema de discussão.
Paulo Pereira agradeceu e deu os parabéns aos jovens “por se importarem e se mobilizarem por estes assuntos que dizem respeito a todos”. Rececionou-os, acompanhado por Henrique Ribeiro, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Baião, com muita satisfação e garantiu-lhes que “Baião, no que diz respeito ao que depende da Câmara, está a fazer o seu trabalho” deixando a nota de que está ao seu lado, nesta causa justa. E incitou os presentes “a envolverem-se, todos os dias, nesta e noutras causas que têm a ver com o nosso futuro comum. A participação cívica é fundamental para termos sociedades mais justas, fraternas, sustentáveis e desenvolvidas. Mas, mais do que fazermos o diagnóstico, é importante apontarmos soluções e disponibilizarmos-nos para fazer parte delas. Mais do que apontar grandes soluções, a partir do sofá, nomeadamente através das redes sociais, é importante agir”, rematou.
O edil baionense, confessando-se “satisfeito por ver a motivação dos jovens para lutar pela sustentabilidade do nosso planeta”, lembrou aos estudantes “o trabalho que tem sido desenvolvido pelo município, que é um dos pulmões do distrito do Porto, em matéria ambiental” como, de forma genérica, são exemplos “uma certificação ambiental para o conjunto dos elementos naturais (e turísticos) do nosso concelho; a possibilidade de constituição de um Geoparque, em associação com uma dezena de municípios; a constituição da Área Protegida Regional da Serra da Aboboreira, em conjunto com os municípios de Amarante e do Marco de Canaveses, no âmbito da Associação de Municípios do Baixo Tâmega; ou o trabalho conjunto com a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa para a constituição de uma rede de transportes públicos indutores de uma mais adequada mobilidade intra e inter-regional”.
Os jovens saíram satisfeitos do encontro e expressaram ao executivo baionense uma nota de gratidão por terem sido “ouvidos compreensivelmente”.
A greve mundial teve a sua origem na Suécia quando Greta Thunberg, jovem sueca de 16 anos, começou, sozinha, a fazer greves à porta do Parlamento sueco para chamar a atenção para o tema e incentivou, dessa forma, muitos outros a fazerem-no.