No local estiveram presentes, além dos autarcas, da parte de Baião, o vereador que tutela o Pelouro do Urbanismo, Henrique Gaspar Ribeiro, e Filomena Cardoso, representante da Associação Amor Animal de Baião, e de Resende, o vice presidente da autarquia, Amadeu Vasconcelos, a vereadora que tutela o pelouro da Ação Social, Maria José Dias, o presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão, Nuno Pereira, o veterinário municipal de Resende, Francisco Neto, e os representantes da entidade que ganhou o concurso público e a quem foi adjudicada a obra.
Recorde-se que os municípios de Baião e Resende apresentaram uma candidatura conjunta no âmbito do Programa de concessão de incentivos financeiros para a construção e modernização de Centros de Recolha Oficial de animais de companhia, lançado em 2018 pelo Governo que veio a ser aprovado, a par com mais 16 entidades a nível nacional. Depois de algumas visitas técnicas a eventuais locais de implantação do projeto, a duas autarquias acordaram que seria Resende a receber a infraestrutura.
O espaço, cujas obras têm um prazo de execução de 360 dias, vai ter capacidade para 120 cães e 36 gatos. O investimento global é de 496 mil e 73 euros, comparticipados em 100 mil euros pela Direção Geral das Autarquias Locais e o restante, repartido pelos dois municípios em partes iguais – 198 mil euros a cada autarquia.
O novo CRO vai dispor de instalações sanitárias e salas de espera, enfermaria, vacina e recobro, assim como um hall coberto, um hall multiusos e 30 boxes de alojamento. Háverá boxes para animais de grande porte, sala de preparação de alimentos, de higienização, lavagem de material, de quarentena e de resíduos, acompanhadas por um pátio de recreio.
Paulo Pereira explicou que o espaço “vai permitir gerir de forma mais eficaz a captura e a recolha de animais errantes nos dois concelhos, para além de permitir a implementação de uma estratégia comum de controlo dos animais errantes e promover medidas ativas de adoção de animais de companhia”.
Para o autarca baionense, que salientou as relações salutares que o seu município mantém com Resende, “esta problemática não se esgota com a construção do CRO. Infelizmente”, salienta.
Desde 23 de setembro de 2018 passou a ser proibido o abate de animais em centros de recolha oficial de animais por motivos de sobrepopulação, de sobrelotação, de incapacidade económica ou outra que impeça a normal detenção pelo seu detentor.
De acordo com a lei, os animais acolhidos pelos centros de recolha oficial que não sejam reclamados pelos seus donos no prazo de 15 dias, a contar da data da sua recolha, são considerados abandonados e são obrigatoriamente esterilizados e encaminhados para adoção.
“Com a entrada da nova Lei, que a autarquia obviamente respeitou, o canil municipal começou a ficar lotado e sem capacidade de receber mais animais. Naturalmente que além de acautelarmos os direitos dos animais temos de precaver incidentes de saúde pública que o excesso de animais errantes, sem controlo, possa vir a trazer, mas fazermos esse trabalho sozinhos é uma tarefa inglória”, diz Paulo Pereira. “Que ninguém pense que vamos conseguir resolver os problemas dos animais errantes nos dois municípios apenas com este Centro. Vai-nos ser de uma ajuda imensa, mas é preciso que os cidadãos não abandonem os seus animais, que os estimem e que cuidem da sua saúde”, reforça.
Garcez Trindade não gostaria que esta “nova casa de acolhimento se transformasse num depósito de animais por tempo indeterminado”, acrescentando que “a adoção é um ato de cidadania e uma resposta também para a medida civilizadora que adotámos de não abater os animais que são recolhidos por terem sido abandonados”.
O autarca de Resende lembrou que “os donos dos animais são os primeiros responsáveis por eles, e não o Estado”, para sublinhar “a importância da esterilização e das campanhas de adoção”.
Os dois autarcas não têm dúvidas: “para que este problema possa ser resolvido cada um de nós tem de fazer a sua parte”, dizem, mostrando-se ambos muito empenhados em fazer o que estiver ao seu alcance “para contribuir para a dignidade animal”.
Em 2018 a autarquia baionense construiu um Abrigo Animal, junto ao Centro Hípico de Baião, reunindo aí todas as condições para alojar animais vadios ou errantes, que depois podem ser adotados. O abrigo dispõe de 9 espaços destinados aos animais, uma área de receção e trabalho, armazém, zona de lavagem de material, e banhos dos animais.
Os animais recolhidos são acompanhados pelo Veterinário que presta apoio à Câmara Municipal.
Em 2020 foram 25 as adoções feitas no Abrigo e a autarquia esterilizou 25 cães e 25 felinos.
Para 2021 a Câmara de Baião orçamentou cerca de 50 mil euros na rubrica dos animai, que vão ser distribuídos para alimentação, serviços de veterinário, materiais de limpeza, campanhas de sensibilização para a adoção e esterilização, chip e vacinação e material clínico. Está ainda está em preparação uma campanha para esterilização de animais de famílias carenciadas.
Neste momento a autarquia baionense tem 52 animais para adoção. Quem os quiser conhecer pode escrever para animais.adocao@cm-baiao.pt e agendar uma visita ao abrigo.