O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, defendeu que as instituições de solidariedade social do interior, e dos territórios de baixa densidade, devem ter mais apoios por parte da Segurança Social, e uma “discriminação positiva”, porque enfrentam mais custos e desafios do que as que estão em zonas mais povoadas.
O autarca expôs essa ideia durante a visita ao concelho da Secretária de Estado da Ação Social, Rita da Cunha Mendes, no dia 29 de julho. A governante visitou três instituições do concelho que estão a desenvolver projetos para novas respostas sociais.
“Há um conjunto de medidas, e de regras, que são pensadas para áreas urbanas onde há maior concentração de pessoas. Era importante existir um olhar mais atento aos desafios dos territórios com menos pessoas. Atuar, por exemplo, num serviço de apoio domiciliário num concelho como o nosso é mais demorado e obriga a percorrer maiores distâncias, o que acarreta mais custos”, observou Paulo Pereira.
SETOR SOCIAL É MUITO IMPORTANTE
A visita da Secretária de Estado da Ação Social a Baião ocorreu a convite de Paulo Pereira e permitiu a realização de uma reunião nos Paços do Concelho com representantes de todas as entidades sociais do concelho: Adegril, Cecajuvi, Centro Social e Paroquial de Santa Marinha do Zêzere, Centro Social de Santa Cruz do Douro, Ober e Santa Casa da Misericórdia.
Na reunião, Paulo Pereira destacou a importância das entidades sociais do concelho: “Prestam um serviço fundamental aos nossos idosos e às pessoas vulneráveis, mas também no apoio à infância. E possuem uma grande relevância no domínio da economia social, porque fixam pessoas nos territórios, geram emprego e contribuem para a dinâmica económica”.
A Secretária de Estado da Ação Social enalteceu a importância do trabalho realizado pelas entidades sociais do concelho, não apenas na sua atividade regular como muito em especial no período de grandes dificuldades e desafios que foi o da pandemia COVID-19.
“O Presidente da Câmara teve a amabilidade de me convidar para visitar o concelho há mais de um ano e só a circunstância de ter surgido a pandemia COVID-19 me impediu de vir mais cedo conhecer esta realidade.
Quisemos vir a Baião ouvir as instituições e saber das suas preocupações, conhecer os seus projetos e testemunhar no terreno o impacto que o seu trabalho tem diariamente na vida de tantas pessoas, ocupando-se do bem-estar dos outros. Quisemos também reconhecer publicamente a importância desse trabalho”, observou.
VISITA A 3 INSTITUIÇÕES
A Secretária de Estado teve a oportunidade de visitar as entidades que querem desenvolver novos projetos sociais através do Programa de Alargamento das Respostas Sociais (PARES): a ADEGRIL pretende remodelar uma antiga escola primária no Grilo para criar um Centro de Dia; a Santa Casa da Misericórdia pretende criar um lar residencial para pessoas portadoras de deficiência e o Centro Social de Santa Cruz do Douro projeta a ampliação da sua estrutura residencial para idosos (lar).
Rita da Cunha Mendes explicou que estão em análise as candidaturas ao PARES. Este programa financia em 85 por cento os investimentos de alargamento da rede social.
A governante notou que as entidades que não vierem a ser apoiadas pelo programa PARES, poderão receber apoios para alargarem as suas valências através do Programa de Recuperação e Resiliência (fundos de recuperação da pandemia COVID-19). O PRR irá financiar a 100 por cento estes investimentos ao nível da infraestrutura (exclui equipamentos).
“Queremos permitir o alargamento da requalificação de respostas sociais cuja necessidade todos sentimos para garantir serviços de apoio social contínuos às pessoas que deles carecem, nomeadamente pessoa idosas, pessoas com deficiência. Teremos o PARES 3.0 e futuramente, no âmbito do PRR, uma nova fonte de investimento também para respostas sociais. Queremos consolidar a rede de equipamento sociais e alargar os serviços às pessoas que deles carecem”, disse Rita da Cunha Mendes.