Câmara Municipal de Baião quer classificar as Bengalas de Gestaçô como Património Imaterial Nacional

As Bengalas de Gestaçô são um produto artesanal baionense de referência e com uma longa história no que diz respeito à sua produção e conceção.

Nesse sentido, a Câmara Municipal de Baião, através do Pelouro da Cultura e Património Cultural encetou esforços com o objetivo de classificar as Bengalas de Gestaçô como Património Imaterial Nacional.

No dia 18 de fevereiro deslocaram-se a Baião três técnicos da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) para aferirem da viabilidade da atribuição deste reconhecimento a esta elemento do artesanato baionense.

A visita foi acompanhada pela vereadora da Cultura e Património Cultural, Anabela Cardoso e Rui Mendes, Adjunto da Presidência, tendo também marcado presença os presidentes de freguesia de Gestaçô, António Bento e de Frende, Rui Monteiro, bem como técnicos da autarquia.

Os especialistas da DGPC estiveram nas oficinas dos artesãos, para observaram todo o processo de conceção e produção e para perceberem, através dos seus relatos, as matérias-primas utilizadas e a forma como trabalham, nomeadamente as técnicas empregues, que se mantém praticamente inalteradas desde há mais de um século e de que forma o conhecimento foi sendo passado de geração em geração.

PATRIMÓNIO IMATERIAL NACIONAL

Em 2003, na 32ª Conferência Geral das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, foi aprovada a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

De acordo com a Convenção, considera-se Património Cultural Imaterial, as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural.

Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interação com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana.

 

Anabela Cardoso, Vereadora da Cultura e Património Cultural acompanhou os técnicos da DGPC e referiu que “esta classificação, a concretizar-se, é algo que pode valorizar de sobremaneira as Bengalas de Gestaçô. E é justo o reconhecimento que também traz para os artesãos, uma vez que estes é que são os verdadeiros continuadores desta arte e aqueles que a mantêm viva. Iniciamos o processo de classificação, que agora seguirá os trâmites a que está sujeito.

Esta visita é uma das etapas de avaliação por parte dos técnicos e permite que estes percebam pessoalmente a verdadeira riqueza deste nosso Património.

Vamos aguardar pela conclusão do processo e esperamos que as Bengalas de Gestaçô possam ser classificadas como Património Imaterial Nacional, o que muito orgulharia todos os baionenses.”

 

CURSO DE FORMAÇÃO VAI ENSINAR A ARTE DAS BENGALAS DE GESTAÇÔ

De recordar que a Câmara Municipal de Baião, o CEARTE – Centro de Formação Profissional do Artesanato e a Junta de Freguesia de Gestaçô vão realizar uma formação sobre a centenária arte das Bengalas de Gestaçô.

Com início previsto para a segunda quinzena de março, este curso terá a duração de 200 horas e componente prática e teórica. Trata-se de uma formação financiada, que terá lugar na freguesia de Gestaçô.

TÉCNICOS TAMBÉM VISITARAM ARTESÃS DAS CESTAS DE FRENDE

A Vereadora da Cultura convidou os técnicos da DGPC para visitarem as artesãs das cestas de Frende, uma vez que se trata também de um produto artesanal baionense de excelência.

A estratégia tendente à sua classificação está já definida, no entanto, requer a prossecução de mais estudos para que se possa efetuar a candidatura.