Baião acolheu seminário sobre Património Natural da Serra da Aboboreira

Realizou-se no dia 2 de fevereiro, na Biblioteca Municipal António Mota, um seminário sobre o “Património Natural da Serra da Aboboreira”, iniciativa promovida pela Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT), com o apoio da Câmara de Baião, no âmbito da “Operação NORTE do FEDER – Gestão Ativa do Património Natural da Serra da Aboboreira”, integrada no processo da candidatura da Serra da Aboboreira a Área Protegida Regional.
O Presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, fez a abertura da sessão sublinhando a importância da preservação daquele espaço geográfico, como ativo importante, não apenas para Baião, mas para todo este território.
Além das referências ao presente e ao que pode ser o futuro da Serra da Aboboreira, o autarca revelou que “estamos a trabalhar, há alguns anos, com municípios vizinhos para a constituição de um Geoparque com núcleo central nas serras do Alvão e do Marão e que se estende à Aboboreira”. Para Paulo Pereira, trata-se de um projeto sem paralelo, onde ao património cultural se alia à originalidade dos fenómenos de geotermia na origem da multiplicação das termas.
Para o avanço do projeto tem havido contactos que, além de Baião, envolvem os municípios de Marco de Canaveses, Amarante, Mondim de Basto, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Pouca de Aguiar e Chaves, com a possibilidade de alargamento até Verin, em Espanha, “transformando o projeto numa entidade transfronteiriça”, adiantou.
Seguiram-se intervenções e debates repartidos por dois painéis, com investigadores, especialistas, num leque de contributos para o melhor conhecimento, para a preservação e valorização da Serra da Aboboreira.
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Sob o mote “Património natural: conhecer, conservar e valorizar”, o primeiro painel contou com uma conferência introdutória de João Gonçalves, docente e investigador na Universidade do Porto e CIBIO/BIOPOLIS, que abordou o tema “Dos satélites aos drones: a detenção remota na caracterização e monotorização do património natural”, seguido de uma mesa redonda ao qual se juntaram João Alexandre Cabral, docente e investigador na UTAD e no CITAB, João Paulo Fidalgo Carvalho, docente e investigador na Universidade do Porto e CIBIO/BIOPOLIS, e Augusto Barbosa, sócio fundador da Associação dos Amigos do Rio Ovelha, com a moderação de João Honrado, docente e investigador na U. Porto e CIBIO/BIOPOLIS.
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A segunda parte do seminário repetiu a dinâmica, desta vez com base no tema “Do património natural ao capital natural: recursos, serviços e riscos”. Joana Nogueira, docente e investigadora na Escola Superior Agrária/IPVC e proMetheus, protagonizou a conferência introdutória com “Natureza para que te quero? As comunidades locais e a conservação e valorização da natureza”, tendo, mais tarde, participado também na mesa redonda com Ana Sofia Vaz e Ângela Lomba, docentes e investigadoras na U. Porto e CIBIO/BIOPOLIS, e Pedro Alves, técnico de DFCI e SIG da Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega, com a moderação de Joaquim Alonso, docente e investigador no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e CIBIO/BIOPOLIS.
Para finalizar, Nuno Pinto, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, reforçou o papel das pessoas no processo de valorização do património, enquanto principais atores na sociedade. “Valorizar, valorar e pessoas, são as palavras-chaves que retiro desta sessão. É importante que as pessoas valorizem e que, a partir daí, se crie valor em volta do nosso património”, referiu o vice-presidente.
Recorde-se que este foi o segundo de um ciclo de três seminários no âmbito da classificação da Serra da Aboboreira com Património Protegido Regional. O primeiro realizou-se em Amarante e o próximo terá lugar, no dia 23, em Marco de Canaveses.