O Secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, esteve ontem, 25 de maio, em Baião, a convite da autarquia, com o objetivo de se inteirar sobre os trabalhos em curso no concelho relativos à proteção e limpeza da floresta e consequente prevenção dos incêndios.
José Artur Neves foi recebido na Câmara Municipal de Baião por Paulo Pereira, presidente da autarquia, e pelos restantes membros do executivo.
A ordem de trabalhos do encontro incluía uma reunião com a Direção e Comando das duas Corporações de Bombeiros do concelho (Baião e Santa Marinha do Zêzere) com a finalidade de se auscultar estes profissionais relativamente a possíveis constrangimentos ou dificuldades que eventualmente possam estar a sentir numa altura em que o período crítico de incêndios se aproxima.
Na reunião, para além de José Artur Neves, Paulo Pereira e do restante executivo municipal, estiveram presentes José Manuel Ribeiro, comandante operacional municipal; Luciana Pinto, técnica do Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Baião; Artur Mota, comandante do posto da GNR de Baião; José Miranda e Leandro Amorim, presidente e vice-presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere acompanhados por Márcio Vil, comandante da respetiva cooperação de Bombeiros e do adjunto de comando, Rodrigo Jesus; Augusto Freixo, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Baião e José Costa, comandante dos Bombeiros Voluntários de Baião.
Neste encontro, Paulo Pereira deu ao conhecer a José Artur Neves alguns aspetos da realidade de Baião, o concelho com a maior percentagem proporcional de espaços florestais do distrito do Porto (cerca de 69%), distribuídos ao longo de 175 km2, coberto por duas corporações de Bombeiros e um posto da GNR. Nessa sequência, o autarca lembrou o bom relacionamento da autarquia com as associações humanitárias do concelho e com a GNR, bem como as principais dificuldades percecionadas pela Câmara Municipal de Baião junto da proteção civil local.
No que respeita à floresta o autarca mencionou o facto de Baião ter sido recentemente incluído no grupo de 20 municípios com maior risco de incêndios florestais, “o que advém do facto do concelho apresentar uma mancha verde muito grande e ter tido uma área ardida muito diminuta em anos anteriores, o que significa que há mais material combustível exposto e propenso no terreno”. Paulo Pereira elogiou a qualidade do estudo, e não tanto das notícias à volta dele, e considerou que os resultados “não são necessariamente maus para Baião, quer dizer, também, que os serviços da Proteção Civil, têm atuado bem“.
O autarca elucidou, ainda, José Artur Neves sobre o planeamento estratégico que tem sido levado a cabo pelo município relativamente à proteção civil, através do Plano Operacional Municipal, Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios e do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, planos estratégicos aprovados e em vigor, e sobre algumas medidas planeadas, e algumas já implementadas, de defesa da floresta e/ou defesa de pessoas e bens contra incêndios (faixas de gestão de combustíveis na rede viária e industrial, a limpeza de 21 quilómetros junto às vias florestais na serra da Aboboreira e Castelo de Matos, para prevenir incêndios numa zona onde já foi realizado fogo controlado numa área de 75 hectares, e a sensibilização da população para a prática correta de realização de queimadas e da gestão de combustíveis em torno de edifícios e de aglomerados populacionais), entre outros assuntos, como “a importância da criação de uma equipa de intervenção permanente nos Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere, uma vez que já tinha sido criada a mesma equipa nos Bombeiros Voluntários de Baião”. O secretário de estado acabou por garantir a atribuição desta EIP em falta, ainda durante este ano, à corporação de Santa Marinha do Zêzere.
No fim da reunião seguiu-se uma visita aos trabalhos de gestão de combustíveis na faixa de proteção (100 metros) em torno da zona Industrial de Campelo – Baião assim como aos trabalhos de execução de fogo controlado na Serra da Aboboreira, que inclui os concelhos de Baião, Amarante e Marco de Canaveses, visita a que se juntou Pedro Alves, técnico especialista, representante da Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega.
José Artur Neves elogiou o trabalho que tem sido desenvolvido pela Câmara Municipal de Baião no que respeita à proteção da floresta: “sente-se o envolvimento dos Serviços Municipais de Proteção Civil”, referiu, revelando que sai de Baião “muito satisfeito. O envolvimento que desejávamos para todo o país, para todos os municípios, para todas as regiões, sente-se aqui em Baião. Uma dinâmica que está ao nível daquilo que também sentimos no país”, referiu este membro do governo.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, acrescentou que se deu este ano “um salto qualitativo muito grande” no plano da prevenção, destacando que, ao nível do governo, autarquias, entidades da proteção civil e cidadãos em geral, se estão a fazer ações que “nunca se fizeram ao longo de todos estes anos. Hoje estamos mais preparados para enfrentar, naquilo que depende de nós, o que poderá vir a acontecer”, acentuou.