Autoridades de proteção civil testaram capacidade de resposta com simulacro em Almofrela

No terreno estiveram mais de 30 operacionais, apoiados por 10 viaturas e o exercício estendeu-se ao longo da tarde. Foram várias as entidades presentes: Serviço Municipal de Proteção Civil, equipa liderada por José Manuel Ribeiro, comandante operacional municipal, Comando Distrital de Operações de Socorro do Porto, representado pelo 2º comandante distrital Albano Teixeira e pela técnica de planeamento Olga Sampaio, Bombeiros Voluntários de Baião, corporação que organizou o posto de comando operacional, Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere, GNR local e a valência do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), chefiados pelo comandante Artur Mota e a Junta de Freguesia de Campêlo e Ovil, representada por David Monteiro.

No exercício foram testados os procedimentos de evacuação da aldeia em caso de incêndio florestal e os 9 residentes que vivem atualmente em Almofrela participaram nos trabalhos, simulando casos reais de perigo, como a aproximação de um incêndio florestal ou a resistência em abandonar uma habitação, por exemplo.

Um destes 9 habitantes, Artur Soares, foi “promovido” a “oficial de segurança local” (OSL). É uma nova função, em regime de voluntariado, criada pelo governo no âmbito de dois novos programas de segurança das populações contra incêndios florestais – “Pessoas Seguras” e “Aldeias Seguras”.

De acordo com José Manuel Ribeiro, comandante operacional municipal, “o OSL é alguém escolhido pela comunidade, com capacidade de liderança, com conhecimentos de segurança, principalmente na vertente safety e que seja respeitado pela população, para que estes sigam as suas orientações“.  Os OSL têm ainda como tarefas transmitir avisos à população, organizar a evacuação do aglomerado, em caso de necessidade e fazer ações de sensibilização junto às populações, para que saibam como evitar comportamentos de risco.

Os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” são destinados a todo o país, mas têm como principal alvo os 189 municípios onde estão localizadas as freguesias de risco no âmbito da defesa da floresta contra incêndios. Assentam em três pontos: gestão de combustível, plano de evacuação das aldeias e campanha de sensibilização.

Paulo Pereira, presidente da Proteção Civil Municipal, que esteve no terreno a acompanhar as operações, deu conta à população da importância destes exercícios que “visam reforçar a segurança face ao risco de incêndio florestal e integram uma estratégia de proteção de aglomerados populacionais face a incêndios rurais, em especial os localizados na interface urbano-florestal“.

O edil baionense deu conta, ainda, de que objetivo do simulacro era o de “testar o aprontamento do dispositivo de resposta a incêndios rurais e a organização interna e a capacidade de resposta a emergências deste género, servindo este tipo de exercício para corrigir erros e identificar eventuais necessidades de melhoria face aos riscos existentes, assim como para validar operacionalmente os procedimentos e planos de evacuação implementados”.

José Manuel Ribeiro deu conta, também, da “importância da população estar minimamente preparada para se proteger a si mesma no caso de os meios de socorro não chegarem a tempo” e que o projeto “deverá ser implementado em mais aldeias do concelho nos próximos tempos”.

No dia anterior ao simulacro os Serviços de Proteção Civil, assim como os Bombeiros Voluntários e a GNR, foram ao encontro da população para uma ação de sensibilização onde foram explicados todos os procedimentos a adotar em caso de perigo, explicada a figura do OSL e a sua importância, indicados os locais de refúgio e abrigo e distribuído equipamento de proteção pelos habitantes.

Locais estratégicos da aldeia beneficiaram, ainda, da colocação de diversa sinalética, indicadora dos caminhos de evacuação e dos locais de refúgio e abrigo.

Recorde-se que a Câmara Municipal de Baião tem levado a cabo nos últimos meses um planeamento estratégico muito rigoroso relativamente à proteção civil, através do Plano Operacional Municipal, Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios e do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil que norteiam um conjunto de medidas concretas que regulam a defesa da floresta e/ou defesa de pessoas e bens contra incêndios.