Baião acolherá valiosíssima coleção de arte sacra

 

O edifício da “Casa da Hospedaria e Casa dos Moços”, no Mosteiro de Santo André de Ancede, foi o espaço escolhido para albergar uma exposição dedicada à arte sacra que contemplará o espólio doado ao Município por um dos mais importantes colecionadores do país, António Miranda.

A coleção de Arte Sacra é composta por 23 peças de escultura e de pintura, destacando-se pelo número os cristos crucificados, estando representados diversos períodos históricos e artísticos, enquadráveis cronologicamente entre os séculos XVI e XIX.    A exposição ficará provisoriamente instalada no edifício já intervencionado pelo Arquiteto Siza Vieira, sendo a primeira componente do projeto de recuperação integral dos espaços do Mosteiro de Santo André de Ancede, e é da autoria da empresa “Glorybox”, que recentemente ganhou o mais importante galardão internacional na área da museologia.

Aquela exposição é o primeiro passo para um projeto ambicioso de se constituir um Núcleo museológico dedicado à área, estando aberta a novas aquisições e a acordos com os párocos para a sua integração, compreendendo uma componente de salvaguarda e recuperação do património considerado importante.

António Miranda, patrono da exposição, é natural de Santa Cruz do Douro. A sua paixão pelo colecionismo manifestou-se durante a infância. As moedas foram a sua primeira experiência. Mais tarde, durante o liceu, dedicou-se aos selos e, já na faculdade de Coimbra, todas as poupanças que conseguia amealhar eram gastas em ferro-velho e lojas de velharias. Foi nessa altura que o gosto por imagens religiosas se foi apurando, através do estudo e prospeção pelos museus, bibliotecas e antiquários da velha cidade universitária. Já depois de formado, mal se viu com o seu primeiro ordenado, então de aspirante miliciano, comprou a imagem que “namorou” durante largos meses. Esta teria sido a primeira das milhares de peças que juntou em mais de cinquenta anos e que hoje preenchem as suas residências em Lisboa e Santa Cruz do Douro, tal como a Galeria da Arcada, de que é proprietário, em Lisboa, e ainda a coleção de Cristos, que doou à Irmandade dos Clérigos no Porto.

A exposição em Baião abrirá em breve, em data a anunciar.